sábado, 3 de dezembro de 2011

Clube Contadores de Histórias


NATAL NAS TRINCHEIRAS


A única coisa que separava os dois exércitos, naquela noite fria de Dezembro de 1914era um pedaço de terra lamacenta chamado Terra de Ninguém. De repente, um cântico rompeu o ar gelado, celebrando o Natal em alemão, e logo um outro se lhe seguiu, em inglês.
Durante algum tempo, os inimigos deixaram de se guerrear e comportaram-se como amigos. Estima-se que, nesta trégua de Natal não oficial, participaram cerca de cem mil soldados.
Foi um momento único na história da humanidade.



Os presentes tinham sido abertos e o jantar acabara. Depois de um longo passeio pelos campos cobertos de neve, o jovem Thomas aconchegou-se junto do avô e disse:
— Avô, este Natal foi o meu preferido. E tu, tens algum Natal favorito?
— Tenho, Thomas — respondeu o avô Francis. — Passei-o muito longe de casa, durante o primeiro Inverno da Grande Guerra.
— Estiveste na guerra, avô? — perguntou a pequena Nora, subindo para o colo dele. — Foste um herói?
O avô sorriu e sugeriu:
— E se começássemos pelo princípio?
As duas crianças aproximaram-se ainda mais dele.
— Foi em 1914. Os meus companheiros e eu estávamos há já várias semanas no campo de batalha. Sentíamo-nos sozinhos e assustados, embora tentássemos ser corajosos. Tínhamos passado um mês longo e frio em trincheiras lamacentas, que eram, naquela altura, a nossa casa.
Sabíamos que não haveria tréguas no combate e que passaríamos o Natal ali mesmo. Aquela véspera de Natal aconteceu numa noite igual à de hoje. Os céus estavam a clarear e a geada cobria a Terra de Ninguém, o campo que nos separava dos soldados alemães.
E ali estávamos nós, diante das trincheiras inimigas, à espera… Aparte as bombas e as batalhas, a guerra consiste em esperar. Esperar para ver quem vai dar o próximo passo. Nessa noite, sentimos que iam ser os Alemães. E tínhamos razão. De repente, uma sentinela fez sinal a pedir silêncio e ficámos todos calados.
Foi então que um som rasgou o frio da noite gelada.
O som provinha do lado inimigo da Terra de Ninguém e um soldado inglês que sabia alemão disse tratar-se de um cântico de Natal. Em breve, todos os Alemães entoavam a mesma canção. Quando terminaram, decidimos responder-lhes com um cântico de Natal que todos conhecíamos.
Depois, os Alemães entoaram “Noite Feliz”, ao qual nos juntámos, com a letra cantada em inglês. Foi como se a terra inteira entoasse o mesmo cântico… Nunca pensei que cantar fosse tão sagrado. De repente, a sentinela de vigia gritou:
— Aproxima-se alguém!
E, enquanto apontávamos as espingardas à escuridão de Dezembro, deparámos com algo de extraordinário. Uma figura vinha até nós através da Terra de Ninguém. Numa mão trazia uma bandeira branca, e na outra uma árvore de Natal cheia de velinhas. Era um gesto tão surpreendente e corajoso que não pude deixar de saltar da trincheira e de ir ter com aquele soldado.
Fui o primeiro de muitos. Em breve, todos os soldados de ambos os lados se encontravam fora das trincheiras. Era tudo tão novo e estranho que, no início, estávamos nervosos. Passado pouco tempo, porém, trocávamos já pequenas lembranças – chocolates, conservas de carne, tudo o que pudéssemos partilhar. Quando mostrámos uns aos outros fotografias de casa e da família, deixámos de ser soldados e de ser inimigos. Éramos apenas filhos e pais, longe da família e de casa.
Um dos nossos rapazes trouxe um acordeão e um dos deles começou a tocar violino. E acabámos por improvisar… um baile. Foi uma bela festa de Natal! Mas a alvorada em breve nos anunciou que tínhamos de regressar. Regressar às trincheiras, voltar a esperar. Pensar no que nos tinha acontecido e em qual seria o nosso próximo passo.
Esta é minha recordação favorita de Natal. Hoje sou um homem diferente por causa do rapaz que fui naquela noite.
O avô abraçou os netos com força.
— Será que fui um herói? Penso que, naquela noite, todos fomos heróis.


NOTA HISTÓRICA

Embora este conto seja um relato ficcional, a trégua de Natal de 1914 foi um facto histórico, e teve lugar na linha de batalha entre a costa da Bélgica, a norte, e a fronteira da Suíça, a sul.
Quatro meses antes, no início da Grande Guerra, como a Primeira Guerra Mundial ficou conhecida, milhões de homens por toda a Europa tinham-se alistado em resposta aos apelos dos seus líderes. Muitos achavam que a guerra seria curta e que estaria terminada no Natal. Mas, quando o Inverno começou, milhares de soldados tinham já sido mortos ou feridos e a dura realidade do campo de batalha impôs-se.
Em Dezembro de 1914, as Forças Aliadas (Bélgica, França, e Inglaterra) estavam num impasse com os Alemães, cada um dos lados à espera de que o outro capitulasse. As tropas estavam protegidas por trincheiras cavadas à pressa. Estas valas estreitas, embora mais fundas do que a altura dos soldados, eram parca protecção para o frio invernal.
Entre os dois exércitos havia uma extensão de terreno árido chamada Terra de Ninguém, mais larga do que dois campos de futebol juntos. Nalguns sítios, porém, o intervalo entre as duas facções não excedia os 30 metros. Nestes locais, os inimigos estavam tão perto que conseguiam ouvir-se falar.
Assim tão perto, muito terão pensado no aspecto que teria o inimigo. Estariam satisfeitos por se encontrarem naqueles buracos húmidos, a lutar em nome do Kaiser ou do Rei, ou prefeririam estar em casa? À medida que se aproximava a véspera de Natal, muitos soldados devem ter pensado em casa e na paz. Alguns tinham recebido encomendas da família com ofertas festivas. As próprias famílias reais da Alemanha e da Inglaterra tinham enviado prendas para as suas tropas e a Alemanha tinha mesmo enviado árvores de Natal para os homens que combatiam na frente.
Naquela noite, foram muitos os que quiseram parar de lutar, por breves horas que fosse. Alguns chegaram mesmo a fazer o relato desse evento em diários e cartas.



John McCutcheon; Henri Sørensen
Christmas in the trenches
Atlanta, Peachtree Publishers, 2006
(Tradução e adaptação)

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Objetivos Gerais Teste 7º ano - Turmas G e H - 2º teste

Grupo I (50 pontos)

Texto A (Questões de resposta fechada - escolha múltipla)
- Compreender um texto oral;


Texto B (Questões de resposta aberta)
- Compreender um texto narrativo: lenda, mito, conto popular ou narrativa juvenil
;
- Conhecer as características do texto apresentado;
- Conhecer as categorias da narrativa;
- Identificar recursos expressivos;

Grupo II (20 pontos)

Conhecimento Explícito da Língua:
- Identificar as classes e subclasses de palavras - classes abertas de palavras: nome, adjetivo, verbo, advérbio e interjeição / classes fechadas de palavras: pronome, determinante, quantificador, preposição, conjunção;
- Classificar palavras, quanto à flexão - género, número e grau; tempo, modo, pessoa e número
;
- Classificar sintacticamente frases;
- Identificar as relações gráficas e fonéticas entre palavras:Homofonia, Homografia; Homonímia e Paronímia;
- Identificar as relações semânticas entre palavras: Hiperonímia e Hiponímia ;
- Distinguir frases simples/complexa e transformar frases simples em complexas;
- Dividir e classificar orações coordenadas;
- Transformar frases de discurso direto para indireto e vice-versa, identificando a transformações realizadas ;

Grupo III (30 pontos)

Expressão escrita (realizada na aula de 45 minutos - obrigatória a apresentação da planificação do texto)

Nota: Os Grupos I e II - duração - 70 minutos

Clube Contadores de Histórias


O desejo de Nathan
A minha vizinha, Miss Sandy, é reabilitadora de aves de rapina, ou seja, toma conta de aves feridas, como corujas e falcões, até elas serem capazes de voar de novo.
Todos os dias, vejo-a misturar medicamentos, distribuir comida e limpar as grandes gaiolas que tem no pátio. Por muito cansada ou ocupada que esteja, Miss Sandy tem sempre tempo para falar comigo acerca dos pássaros.
O meu maior desejo era poder andar sozinho para poder ajudá-la nas tarefas, em vez de estar apenas a observar. Mas, como tenho paralisia cerebral, os meus músculos não têm força suficiente para que eu ande sem cadeira de rodas ou andarilho.
Certo dia, Miss Sandy mostra-me uma coruja-das-torres, que tem uma asa partida. Embora a asa esteja dentro de uma tala, a coruja tenta escapar debatendo-se contra as paredes da caixa de madeira onde foi colocada.
— Vai ter de ficar aqui até a asa sarar — diz Miss Sandy. — Que nome achas que lhe devemos dar, Nathan? — pergunta-me.
Os olhos brilhantes e amarelos da coruja faíscam, zangados.
— Que tal Fogo? — proponho.
— Parece-me um bom nome — concorda Miss Sandy. — Espero que em breve a Fogo acalme.
Contudo, em cada dia que passa, a Fogo continua a lutar para ser livre e preocupo-me que se magoe de novo. Finalmente, Miss Sandy tira a tala da asa e coloca a coruja numa gaiola.
— A Fogo precisa de exercitar a asa — explica-me.
À medida que as semanas passam, a asa torna-se cada vez mais forte e a Fogo é colocada numa gaiola maior. Por vezes, ignora os ratos mortos que Miss Sandy lhe traz e prefere perscrutar o céu. Percebo que gostaria de caçar a sua própria comida.
— Quanto tempo falta para ela poder voar de novo? — pergunto, um dia.
— Uma asa partida demora muito a ficar curada — respondeu Miss Sandy. — Pareces tão impaciente quanto ela, Nathan!
E estou. Estou ansioso que a Fogo seja de novo livre. Quando estou na escola e vejo um pássaro a voar lá fora, penso na Fogo e deixo de ouvir o professor.
À noite, quando oiço um grito estridente vindo do pátio, pergunto-me se a Fogo estará a chamar os amigos.
Um dia, vejo a gaiola dela vazia. Miss Sandy colocou-a numa pequena caixa que segura nas mãos.
— Vou pô-la na gaiola de voo, para ver até onde consegue ir — explica-me.
Enquanto a sigo, oiço o coração a bater nos meus ouvidos. Se a Fogo voar bem, Miss Sandy irá libertá-la hoje! Sustenho a respiração enquanto ela vira a caixa gentilmente, de forma à coruja pousar no chão da gaiola. A Fogo dá um salto e voa, forte e bonita.
Contudo, de repente, inclina-se para o lado e começa a descer. Embora tenha os olhos bem fechados, consigo ouvir o baque suave da sua aterragem desajeitada. E quando abro os olhos, vejo Miss Sandy a abanar a cabeça. Dou-me conta, de repente, de que a Fogo nunca será libertada. Não tem a asa suficientemente forte para sobreviver na floresta.
— Pobre Fogo — lamenta Miss Sandy. — Queria tanto ser livre!
Viro-me para que ela não veja as lágrimas no meu rosto. Sei muito bem o que é ter um desejo que não se pode realizar.
Depois desse dia, a luz dos olhos da Fogo apaga-se. Recusa a comida e nem sequer tenta sair da gaiola.
— Por favor, não desistas! — sussurro-lhe.
Mas ela continua imóvel como uma estátua, em cima do poleiro.
Deve haver uma forma de ajudar esta coruja. Procuro, no computador, informação sobre aves feridas. Deparo com um corujão-orelhudo quase cego que toma conta de corujinhas órfãs até estas terem idade para serem libertadas. Talvez a Fogo consiga fazer o mesmo. Imprimo a informação e mostro-a a Miss Sandy, que diz:
— Vale a pena tentar. Tenho três crias que ficaram órfãs na tempestade da semana passada.
Miss Sandy põe as três crias na gaiola da Fogo. As corujinhas balançam as cabecinhas e emitem uns pios engraçados. Mas a Fogo não parece interessada em crias esfomeadas ou no que quer que seja.
Como não suporto vê-la tão infeliz, decido ficar em casa alguns dias, cheio de tristeza por ela e por mim. Uma noite, Miss Sandy toca à nossa porta e entra de rompante.
— Vem comigo, Nathan! — pede. — Tens de ver a Fogo!
Antes de me aperceber do que está a acontecer, já Miss Sandy conduz a minha cadeira aos tropeções até casa dela. Finalmente, estaciona-me junto da gaiola da Fogo.
— Olha! — sussurra.
Nem posso acreditar no que vejo. A Fogo pega num pedaço de carne que estava no chão e leva-o, aos saltos, até à gaiola-ninho, onde o depõe no bico de uma das crias. Embora o seu desejo de ser livre não possa realizar-se, a coruja encontrou algo de importante para fazer. E isso dá-me uma ideia!
No dia seguinte, vou até casa de Miss Sandy e olho para o pátio. Posso não poder andar sozinho, mas vou encontrar uma forma de a ajudar nas suas tarefas! Sei que os baldes são demasiado pesados; contudo, posso encher as tinas de banho das aves com a mangueira. Demoro bastante tempo a desdobrá-la e a arrastá-la até cada uma das gaiolas. Mas não desisto até as tinas estarem todas cheias.
Quando vejo a carrinha do correio a aproximar-se, vou até ao fim da alameda e recebo a correspondência para Miss Sandy. Enfio as cartas no bolso do meu casaco e levo-as até casa dela. Quando são horas de alimentar os pássaros, ofereço-me para ficar no escritório a atender os telefonemas. O telefone toca quatro vezes e anoto os recados.
Antes de ir-me embora, Miss Sandy abraça-me e diz:
— Ajudaste-me muito hoje, Nathan.
Fico corado e baixo a cabeça. Mas sorrio. Agora sei o quão orgulhosa a Fogo se sente!
Laurie Lears
Nathan’s wish: a story about cerebral palsy
Illinois, Albert Whitman & Co, 2005
(Tradução e adaptação)

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Objetivos Gerais Teste 7º ano - Turmas G e H


Grupo I (50 pontos)

Texto A (Questões de resposta fechada - Verdadeiro/Falso; escolha múltipla)
- Compreender um texto informativo;


Texto B (Questões de resposta aberta)
- Compreender um texto narrativo: diário, memórias, conto popular
;
- Conhecer as características do texto apresentado;
- Conhecer as categorias da narrativa;
- Identificar recursos expressivos;

Grupo II (20 pontos)

Conhecimento Explícito da Língua:
- Identificar as classes e subclasses de palavras - classes abertas de palavras: nome, adjetivo, verbo, advérbio e interjeição / classes fechadas de palavras: pronome, determinante, quantificador, preposição, conjunção;
- Classificar palavras, quanto à flexão - género, número e grau; tempo, modo, pessoa e número
;
- Classificar sintacticamente frases;
- Identificar as relações gráficas e fonéticas entre palavras;
- Classificar os sons (vogal, semivogal, ditongo, hiato)
- Distinguir frases simples/complexa e transformar frases simples em complexas;
- Dividir e classificar orações coordenadas (somente para o 7ºH)
- Pontuar textos e justificar a utilização de sinais auxiliares de escrita;

Grupo III (30 pontos)

Expressão escrita (realizada na aula de 45 minutos - obrigatória a apresentação da planificação do texto)

Nota: Os Grupos I e II - duração - 70 minutos

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Clube Contadores de Histórias

Caminhos sem nome
Um campo de neve deserto.
Um pardal pousa.
O Jardim das Hortênsias.
Ao amanhecer, uma pequena tartaruga atravessa lentamente.
Ninguém a vê.
Dois namorados estendidos na relva
em silêncio contemplam a noite e os astros.
Uma estrela cadente desliza.
No bosque por detrás da cidade,
uma aranha lança o primeiro fio de prata
até ao ramo mais alto.
Em cima dos telhados, por entre as chaminés,
uma auto-estrada invisível
por onde as andorinhas vão e vêm.
Uma longa caravana de formigas
em direcção ao biscoito caído no pátio.
Sara lancha no terraço ao sol.
Na tarde de Verão, o mar tranquilo.
Ondas que desenham anéis vermelhos.
Uma onda vai mais longe,
até ao castelo que as crianças construíram na areia.
Nem todos os caminhos têm nome.
Há caminhos que passam em silêncio.
No sossego do quarto onde te escondes,
se tivesses ouvidos de morcego,
escutarias as ondas a atravessar os muros
e a noite oferecendo-te a música do mundo.
Que confusão! Parece um carnaval!
Tambores e címbalos de ferro.
Camiões que esburacam montanhas.
Canções sem palavras. Palavras na escuridão.
Melodias de salão. Rotas sonâmbulas de navios mercantes.
Aviões perdidos.
Mas tu não tens ouvidos de morcego.
Tens ouvidos aquáticos que escutam

o baile das algas nos corais.
Ouvidos de caramujo que escutam
o crepitar da chuva no bambu.
E dizes: estrela marinha.
E as tuas palavras são minúsculas
como ninhos de colibri.
Com o nariz colado à janela,
Viste a garça voar até ao norte.
Quando fores pelos caminhos do mundo, não esqueças nunca a linha que ela desenhava no céu.
Anna Castagnoli
Caminos sin nombre
Pontevedra, OQO Editora, 2007
(Tradução e adaptação)

domingo, 10 de julho de 2011

Clube Contadores de Histórias


Da erva à árvore


Eram dunas e dunas, a perder de vista. Montes de areia para o vento brincar...
Hoje, fazia uma duna maior aqui, amanhã apagava-a, para fazê-la mais além e, sempre segundo os seus caprichos, onde estavam montes, cavava vales, onde estavam vales, amoldava montes. O vento era uma vassoura enorme. Cabeleiras dóceis de ervinhas rasteiras deixavam-se pentear, despentear, ao sabor do vento gigante. Ele é que mandava.
Uma delas, à beira de um tojo só picos, cresceu. Delgadinha que era arriscou-se à vida. Rompera a areia e apontava para cima. Ela lá sabia. De dentes a ranger, o vento passou. Partiu-se o tronquinho? Não se partiu. Fincava as raízes, segurava-se com toda a força e, quando o vento descia, inclinava-se à vontade dele. Tinha de ser assim. Lá se foi aguentando.
O vento, a princípio, nem dava por ela. Era uma erva como as outras. Senhor daquelas dunas, o que ele queria era disciplina, ordem, submissão. A erva, que erva afinal não era, submetia-se. Óptimo. Foi crescendo e o vento sem dar por ela. Era um tronco já, uma arvorezinha de Natal para casa de bonecas. Outras ervinhas como, dantes, ela tinha sido, despontavam também, na mesma duna.
Ali havia uma pequena nação de pinheiros novos. A ordem era: persistir. Por enquanto, persistir. Resistir, seria para depois. E foram vingando. Quando o vento deu por eles, teve uma grande cólera e soprou, dias a fio, sobre a duna, donde nascia, miudamente, frágil ainda, um sinal de rebeldia ao seu poder. Nada conseguiu. Os pinheiros sabiam que eram pinheiros. Tinham raça e coragem para fazer frente ao vento. Uns e outros, os maiores e os mais pequenos, começaram a olhar para a sombra.
Alastravam para outras dunas. Guerreiros chamavam por outros guerreiros e desafiavam o vento. “Nada podes contra nós”, gritavam-lhe. O maior, o chefe, o mais velho, que da erva se fez tronco, do tronco se fez árvore, comandava a defesa e dizia aos mais novos, nas alturas em que o vento lhes fazia ranger os ramos: “Aguentem, que já passámos por pior”.
Eles aguentavam.
E foi assim que o vento, o gigante caprichoso que dantes arrasava dunas, teve de deixar de fazer castelos na areia.


António Torrado

www.historiadodia.pt
(adaptação

terça-feira, 10 de maio de 2011

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Objectivos Gerais Teste 9º ano - Março 2011


Grupo I (50 pontos)

Texto A
- Interpretar um texto narrativo;
- Identificar recursos estilísticos.

Texto B
- Interpretar um excerto de Os Lusíadas, de Luís de Camões;
- Identificar recursos estilísticos;
- Conhecer as estruturas interna e externa e os planos narrativos;
- Analisar formalmente uma estrofe (escansão; tipos de rima; classificação de estrofes e versos).

Grupo II (20 pontos)

- Conhecimento Explícito da Língua:
- Identificar as classes e subclasses de palavras;
- Classificar palavras quanto à flexão;
- Classificar sintacticamente frases;
- Dividir e classificar orações;
- Conjugar verbos (tempos simples e compostos; conjugação pronominal simples e reflexa, em todos os tempos/modos.

Grupo III (30 pontos)

Produzir um texto relacionado com os temas abordados no estudo da obra camoniana.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Inês de Castro e D. Pedro

Trailer do filme Inês de Portugal, de José Carlos Oliveira, 1999.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Inês de Castro

Inês de portugal, (1999)um filme de José Carlos de Oliveira

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Teste Intermédio 2010


Consulta e realiza o teste intermédio 2010 aqui.
Agora, clica aqui, consulta os critérios de classificação e corrige as tuas respostas.
Bom trabalho!!!

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Matriz Teste Intermédio Língua Portuguesa 2011

Consulta aqui a matriz do Teste Intermédio de Língua Portuguesa 2011.

domingo, 2 de janeiro de 2011