quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Clube de Contadores de Histórias



Clube de Contadores de Histórias
Projecto: Abrir as portas ao sonho e à reflexão


Celestina e o pinheirinho de Natal


Na clareira da floresta, Celestina viu um pinheiro pequenino:
— Oh, Ernesto, olha que pinheirinho tão bonito!
— Está todo torto, Celestina. Aqui foi uma plantação de pinheiros de Natal e deixaram ficar esse porque não era bonito.
— Mas é por isso mesmo que eu gosto dele, Ernesto!




Ernesto e Celestina fazem projectos para a festa de Natal.
— Celestina — diz — este ano podes escolher tudo o que quiseres para o Natal. Tudo. Uma festa a sério com todos os teus amigos.
— Posso mesmo escolher, Ernesto?... O que quiser? Acho que já sei…
— Sim? Então?
— Gostava de ter um Natal na neve, junto do meu pinheirinho.

*

Na manhã seguinte, Ernesto tenta convencer Celestina.
— Mas… este ano tu podes escolher tudo o que quiseres, Celestina. Tudo!
— Eu sei!
— Celestina… Nós vamos outra vez dar aquele passeio, vamos ver outra vez o pinheirinho… Uma festa a sério, Celestina, uma festa com todos os teus amigos, com prendas, íamos comprar daqueles chapeuzinhos…


Mas Celestina não muda de ideias.
— Com bolas de Natal, com bolachas e tudo… Música. Mas... o que é que tens? Celestina! Celestina?
— Estás decepcionado comigo, Ernesto? Ernesto, eu queria ter um Natal na neve a sério, contigo. Tu e eu, sozinhos, só nós dois. Acendíamos velinhas, tínhamos estrelas a sério no céu… Diz que sim, Ernesto, diz que sim!


— Pronto, está bem. Vais ter o teu Natal na neve. Até podíamos comer lá fora! E fazer uma fogueira!
— Oh, obrigada, Ernesto! E que mais? Diz lá!
— Eu também sonhei com um Natal na neve, quando era pequeno.
— Conta, Ernesto, conta!

*

À noite, Ernesto está a escrever umas cartas quando Celestina abre a porta da sala.
— Estava a chamar por ti, Ernesto. O que é que estás a fazer?
— Estou a escrever umas cartas.
— Cartas? Cheira tão bem! Estás a fazer bolos?
— Tens de ir dormir, Celestina…

Caro Vladimir:

Encontro no dia 24 pelas 10 horas. Eu e a Celestina estaremos no sítio onde cortaram os pinheiros de Natal.
Bebemos qualquer coisa e, em seguida, festejamos o Natal em nossa casa com bolos, café e com os amigos todos.

Ernesto

Caros amigos:

Venham com as crianças no dia 24 às 10 horas à clareira onde estavam os pinheirinhos de Natal.
Em seguida comemos bolos em casa.
Não digam nada à Celestina. É uma surpresa.
Ernesto

Caro Clemente

Vem com a tua mulher e com as crianças ao convívio no dia 24, pelas 10 horas na clareira do bosque. Depois aquecemo- -nos em minha casa.
Haverá bolos e café.
Não dizer nada à Celestina.

Ernesto


E foi a correr deitá-las no correio.
“Depressa! A Celestina não pode suspeitar de nada!”


— Ernesto! Onde é que estavas? Vamos fazer tudo o que disseste?
— Está prometido.
— Só nós?
— Só nós. Agora vai para a cama, Celestina.


No dia seguinte, Ernesto e Celestina vão ao bosque enfeitar o pinheirinho. Celestina põe-lhe fitas coloridas e brilhantes e muitas bolinhas. Enquanto isso, Ernesto junta lenha para a fogueira na floresta. Quando está tudo pronto, acendem o lume, duas velas e sentam--se no chão a comer e a olhar para o pinheiro. E nesse momento, começam a chegar mais pessoas.


— Oh! Ernesto, olha! Olha tanta gente que está a chegar! Não estamos sozinhos! Porque será?
Todos se cumprimentam, falam, cantam e dançam em volta do pinheirinho.


Quando chega a altura de ir embora, Celestina despede-se do seu pinheiro.
— Amanhã voltamos cá, mas só nós os dois, Celestina. Prometo.
— Então até amanhã, pinheirinho! O Ernesto prometeu-me!
O convívio com os amigos continua em casa. Ri-se, contam-se histórias…
— Agora é a tua vez, Ernesto. Conta-nos os natais da tua infância!
— Quando eu era pequeno… na minha família, no dia de Natal…

*



— Celestina, as minhas mais belas recordações de Natal são aqueles Natais que passei contigo depois que chegaste. Amanhã voltaremos ao teu pinheirinho… nós os dois.
— Só nós dois?
— Só nós dois…

Bom Natal!


Gabrielle Vincent
Ernest et Célestine – Le sapin de Noël
Paris, Casterman, 2003
Texto adaptado

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Clube de Contadores de Histórias



A outra face do Natal


Ceia de Natal, Confraternização. Troca de presentes. Festa de Ano Novo. Brinde. Beijos e abraços. Repleto de ritos sociais, o encerramento do ano é uma época que reforça o sentimento de solidão em muitos de nós. Até mesmo quem gosta de viver só durante o ano inteiro está sujeito a ser invadido por um desconforto inesperado ao perceber que não sabe com quem partilhar o peru de dia 24 ou o champanhe de dia 31. O golpe de solidão que chega com a última página do calendário não é exclusivo de quem está, literalmente, sozinho durante as datas festivas. Há aqueles que, no meio de ruidosos encontros familiares ou empresariais, mal conseguem disfarçar o mal-estar e a sensação de inadequação.

O Natal é um período consensualmente considerado de alegria e esperanças optimistas. Por norma é assim mas, para muitas pessoas, pode ser uma época muito triste e fazer-se acompanhar por sentimentos de solidão, desamparo e desânimo. A alegria, imposta pela sociedade, torna-se desconfortável para quem não consegue pôr de lado a angústia. O desgaste provocado pelo esforço em contemplar tudo e agradar a todos faz disparar os níveis de ansiedade numa escalada ascendente assim que surgem as primeiras propagandas de Natal e Ano Novo.
A “tristeza do Natal” é comum durante o frenesim de Dezembro ao fazermos balanços e projectos. Aquela que para muitos de nós é a época mais feliz do ano, para outros é precisamente o contrário. O Natal e os encontros de família podem transformar--se em momentos tristes e difíceis de suportar, especialmente se a pessoa já está deprimida. Paralelamente, nos meios de comunicação social é vendida urna mensagem que difere da realidade que a maioria das pessoas vive e sente, sobretudo num período de crise económica, desemprego, violência e incertezas em relação ao futuro. Não é raro ouvirmos comentários negativos em relação aos preparativos do Natal, traduzidas pelas célebres frases “Detesto o Natal” ou “Odeio quadras festivas”.
Muitas vezes, o sentimento de desamparo e desânimo é provocado por datas que nos trazem lembranças tristes, seja por perdas, como a de entes queridos, separações, desemprego ou doenças. Todos esses factos provocam o que podemos chamar de tristeza natural. Entristecer não é deprimir. É a consciencialização da situação ou condição que não aquela que gostaríamos que fosse, independentemente de ser ou não fantasiosa. Afinal, todo o ser humano tem momentos de tristeza, faz parte da vida.
Mas, na generalidade, a “tristeza do Natal” é sazonal, de duração breve, decorre durante alguns dias ou semanas e, em muitos casos, termina quando as férias acabam e quando se retorna à rotina quotidiana. O mais importante é permitir a si próprio estar triste ou saudoso. Esses são os sentimentos normais, particularmente na época do Natal.
Porém, mesmo para quem é difícil contornar esta quadra, é importante tomar consciência de que esse sentimento é mais comum do que se imagina e de que há formas de superar a tristeza e angústia, e readquirir, pelo menos em parte, o espírito natalício. Deixar de lado projectos “extraordinários”, propor-se objectivos realísticos, organizar o próprio tempo, elaborar listas de prioridades, fazer um plano e segui-lo, exercitar o pensamento positivo, são truques ao alcance de qualquer um.
Enfim, o segredo reside na capacidade de sair da ritualidade muito “litúrgica” das festas e procurar inventar novas maneiras de celebrar o Natal e o Ano Novo.
E porque não?… Ser solidário e desejar a paz ao resto do mundo!

Cláudia Fernandes

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Leitura Recreativa


Resumo do livro “Uma Aventura na casa assombrada”


A Teresa e a Luísa tinham que fazer as malas para irem para o acampamento. Primeiro tinham de estar com o Pedro para irem buscar o João, o Chico, o Caracol e o Faial.
Chegaram ao acampamento e montaram as tendas.
Já de noite, o Pedro foi com o João passear, porque não tinham sono.
De manhã, fizeram um passeio e a meio do caminho avistaram uma casa muito antiga. Era a casa do pai da Maria.
O acampamento acabava de tarde e a Maria convidou-os para dormir na casa do seu pai, mas chamou a atenção que se costumava dizer que a casa era “uma casa assombrada”.
De noite, o Chico ouviu um barulho, levantou-se e foi chamar o João. Nesse mesmo momento, as gémeas ouviram também um barulho e resolveram chamar o Pedro. No meio de tanta confusão, esbarraram-se uns nos outros e o Pedro bateu com a cabeça na esquina da mesa. As gémeas nessa altura, viram um gato sem pernas a voar, enquanto o Chico avistou uma pessoa pela janela.
Afinal a casa era mesmo “uma casa assombrada”.


Ana Cláudia, 5º 7, nº3, Escola EB 2,3 de Lamaçães