domingo, 30 de maio de 2010

Clube Contadores de Histórias





O Espelho

Humberto fecha as portas de casa com estrondo e atira a pasta para um canto.
– Outra vez um 1 a matemática!
– Ah, que figura horrorosa! – grita Humberto para a imagem que vê no espelho.
A imagem à sua frente não parece estar com medo e devolve-lhe o olhar, furiosa. Até levanta a mão e aponta para Humberto.
– Tu é que és ridículo!
– Eu? – gagueja Humberto.
– Olha só os teus pés, que tropeçam em tudo!
Ou as tuas mãos desajeitadas, que partem tudo!
Ou a tua boca, que gagueja de cada vez que lês!
Ou o teu pescoço, que nunca está limpo!
Ou os teus olhos, que durante as aulas estão sempre a olhar lá para fora!
Ou a tua cabeça, que nunca se lembra de todos os trabalhos de casa que trazes para fazer e se engana sempre nas contas de matemática.
– “Sempre… Nunca… Mal…” Passo o dia todo a ouvir isto! Não preciso que mo andes sempre a repetir! – Helmut está furioso. Ninguém gosta que uma imagem o acuse desta forma! Prepara a mão para infligir uma bofetada bem forte a si próprio… mas alguma coisa se mexe atrás dele…
Uma segunda imagem aparece no espelho por detrás da sua. É a da irmã, Eva, que se põe em frente dele e lhe diz:
– Eu sei que os teus pés correm tanto, que conseguem afastar quem me quer insultar.
Eu sei que as tuas mãos fazem aviões de papel que voam como nenhuns outros.
Eu sei que a tua boca consegue contar histórias que, embora não sendo verdadeiras, são muito cativantes.
Eu sei que os teus olhos conseguem ver lagartas e borboletas maravilhosas que eu nunca veria.
E eu sei que a tua cabeça está cheia de ideias que não queres contar a mais ninguém.
Humberto espanta-se.
– E és tu que dizes isso? Tu, que te queixas cem vezes ao dia que tens um irmão tão palerma?
– Sim – responde Eva. – Dizemos sempre mal daqueles que não compreendemos. – Eva aponta com o dedo para a imagem atrás das costas. – Mas nem vale a pena tentar explicar-
-lhe isso, porque ela não entende essas coisas.


Wolfgang Wagerer

Jutta Modler (org.)
Brücken Bauen
Wien, Herder, 1987

5 comentários:

Unknown disse...

era um rapaz que se nao fazia nada de jeito e que ate a sua propria imagem o criticava ate que a sua irma apareceu e lhe mostrou as coisas boas que ele fazia entao foi ai que ele se apercebeu que nem tudo o que ele fazia e dizia era mau

Unknown disse...

Humberto furioso chega a casa, atira a pasta para um canto porque levou um a Matemática. Olhando-se ao espelho fica espantado com o aspecto horroroso que vê.E começa a descutir com a figura que vê no espelho.
Começa a criticar a sua pessoa, que tropeça em tudo, e desafeitado, e outras coisas mais.A imagem da irmã aparece no espelho e elogia-o. Humberto fica muito admirado com a irmã.Dizemos mal sempre mal das pessoas que não compreendemos.

Unknown disse...

Humberto era um miudo muito revoltado comsigo mesmo e tudo o que fazia achava que era mau.
Até que um dia a sua irmã lhe tentou mostrar que nem tudo o que fazia era mau,pois ele tinha muitas qualidades.

Anónimo disse...

Humberto é um miúdo muito revoltado. Este estava furioso consigo pois tinha tirado novamente um 1 a matemática. Nisto olhasse ao espelho e começa a dizer todos os seus defeitos, e furioso consigo mesmo preparava-se para dar uma bofetada nele, mas por trás dele aparece a sua irmã que conversa com ele e diz algumas das suas qualidades.

Unknown disse...

Um rapaz chamado Humberto,chega a casa muito zangado por ter tirado um 1 a matemática.Humberto coloca-se em frente ao espelho e vê o quanto é ridículo,desajeitado,etc.
Entretanto aparece outra imagem no espelho,que é a sua irmã e que fala coisas maravilhosas sobre o Humberto.