quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Clube Contadores de Histórias

Caminhos sem nome
Um campo de neve deserto.
Um pardal pousa.
O Jardim das Hortênsias.
Ao amanhecer, uma pequena tartaruga atravessa lentamente.
Ninguém a vê.
Dois namorados estendidos na relva
em silêncio contemplam a noite e os astros.
Uma estrela cadente desliza.
No bosque por detrás da cidade,
uma aranha lança o primeiro fio de prata
até ao ramo mais alto.
Em cima dos telhados, por entre as chaminés,
uma auto-estrada invisível
por onde as andorinhas vão e vêm.
Uma longa caravana de formigas
em direcção ao biscoito caído no pátio.
Sara lancha no terraço ao sol.
Na tarde de Verão, o mar tranquilo.
Ondas que desenham anéis vermelhos.
Uma onda vai mais longe,
até ao castelo que as crianças construíram na areia.
Nem todos os caminhos têm nome.
Há caminhos que passam em silêncio.
No sossego do quarto onde te escondes,
se tivesses ouvidos de morcego,
escutarias as ondas a atravessar os muros
e a noite oferecendo-te a música do mundo.
Que confusão! Parece um carnaval!
Tambores e címbalos de ferro.
Camiões que esburacam montanhas.
Canções sem palavras. Palavras na escuridão.
Melodias de salão. Rotas sonâmbulas de navios mercantes.
Aviões perdidos.
Mas tu não tens ouvidos de morcego.
Tens ouvidos aquáticos que escutam

o baile das algas nos corais.
Ouvidos de caramujo que escutam
o crepitar da chuva no bambu.
E dizes: estrela marinha.
E as tuas palavras são minúsculas
como ninhos de colibri.
Com o nariz colado à janela,
Viste a garça voar até ao norte.
Quando fores pelos caminhos do mundo, não esqueças nunca a linha que ela desenhava no céu.
Anna Castagnoli
Caminos sin nombre
Pontevedra, OQO Editora, 2007
(Tradução e adaptação)

domingo, 10 de julho de 2011

Clube Contadores de Histórias


Da erva à árvore


Eram dunas e dunas, a perder de vista. Montes de areia para o vento brincar...
Hoje, fazia uma duna maior aqui, amanhã apagava-a, para fazê-la mais além e, sempre segundo os seus caprichos, onde estavam montes, cavava vales, onde estavam vales, amoldava montes. O vento era uma vassoura enorme. Cabeleiras dóceis de ervinhas rasteiras deixavam-se pentear, despentear, ao sabor do vento gigante. Ele é que mandava.
Uma delas, à beira de um tojo só picos, cresceu. Delgadinha que era arriscou-se à vida. Rompera a areia e apontava para cima. Ela lá sabia. De dentes a ranger, o vento passou. Partiu-se o tronquinho? Não se partiu. Fincava as raízes, segurava-se com toda a força e, quando o vento descia, inclinava-se à vontade dele. Tinha de ser assim. Lá se foi aguentando.
O vento, a princípio, nem dava por ela. Era uma erva como as outras. Senhor daquelas dunas, o que ele queria era disciplina, ordem, submissão. A erva, que erva afinal não era, submetia-se. Óptimo. Foi crescendo e o vento sem dar por ela. Era um tronco já, uma arvorezinha de Natal para casa de bonecas. Outras ervinhas como, dantes, ela tinha sido, despontavam também, na mesma duna.
Ali havia uma pequena nação de pinheiros novos. A ordem era: persistir. Por enquanto, persistir. Resistir, seria para depois. E foram vingando. Quando o vento deu por eles, teve uma grande cólera e soprou, dias a fio, sobre a duna, donde nascia, miudamente, frágil ainda, um sinal de rebeldia ao seu poder. Nada conseguiu. Os pinheiros sabiam que eram pinheiros. Tinham raça e coragem para fazer frente ao vento. Uns e outros, os maiores e os mais pequenos, começaram a olhar para a sombra.
Alastravam para outras dunas. Guerreiros chamavam por outros guerreiros e desafiavam o vento. “Nada podes contra nós”, gritavam-lhe. O maior, o chefe, o mais velho, que da erva se fez tronco, do tronco se fez árvore, comandava a defesa e dizia aos mais novos, nas alturas em que o vento lhes fazia ranger os ramos: “Aguentem, que já passámos por pior”.
Eles aguentavam.
E foi assim que o vento, o gigante caprichoso que dantes arrasava dunas, teve de deixar de fazer castelos na areia.


António Torrado

www.historiadodia.pt
(adaptação

terça-feira, 10 de maio de 2011

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Objectivos Gerais Teste 9º ano - Março 2011


Grupo I (50 pontos)

Texto A
- Interpretar um texto narrativo;
- Identificar recursos estilísticos.

Texto B
- Interpretar um excerto de Os Lusíadas, de Luís de Camões;
- Identificar recursos estilísticos;
- Conhecer as estruturas interna e externa e os planos narrativos;
- Analisar formalmente uma estrofe (escansão; tipos de rima; classificação de estrofes e versos).

Grupo II (20 pontos)

- Conhecimento Explícito da Língua:
- Identificar as classes e subclasses de palavras;
- Classificar palavras quanto à flexão;
- Classificar sintacticamente frases;
- Dividir e classificar orações;
- Conjugar verbos (tempos simples e compostos; conjugação pronominal simples e reflexa, em todos os tempos/modos.

Grupo III (30 pontos)

Produzir um texto relacionado com os temas abordados no estudo da obra camoniana.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Inês de Castro e D. Pedro

Trailer do filme Inês de Portugal, de José Carlos Oliveira, 1999.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Inês de Castro

Inês de portugal, (1999)um filme de José Carlos de Oliveira

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Teste Intermédio 2010


Consulta e realiza o teste intermédio 2010 aqui.
Agora, clica aqui, consulta os critérios de classificação e corrige as tuas respostas.
Bom trabalho!!!